Cerca de duas mil pessoas foram ao Congresso Nacional, na manhã desta quarta-feira, para protestar contra o chamado “trem da alegria”. O movimento é formado por concurseiros indignados com a possibilidade de aprovação das Propostas de Emenda a Constituição (PECs) 54/1999 e 02/2003. As medidas prevêem a efetivação de mais de 300 mil servidores que não foram aprovados em concurso público. Os manifestantes, vestidos de preto e com nariz de palhaço, fizeram barulho com apitos e carros de som. A intenção foi pressionar os parlamentares a não aprovarem as PECs e alertar a sociedade sobre a imoralidade que seria efetivar não concursados.
Os deputados federais Rodrigo Rollemberg (PSB/DF) e Augusto Carvaho (PPS/DF) se comprometeram a brigar pela causa junto aos concurseiros. “A importância deste movimento é mostrar que a sociedade está atenta e não abre mão de assegurar o que já está previsto na Constituição Federal”, afirma Rollemberg. O parlamentar garante que vai entregar um documento de repúdio as PECs ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT/SP). O protesto conta com a colaboração da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac).
Na manhã desta quarta-feira, grande parte dos cursos preparatórios para concursos de Brasília fechou as portas para a manifestação. O professor Wilson Granjeiro, dono do Obcursos, participou do protesto. Ele teme que uma eventual aprovação dos projetos resulte na não realização de concursos nos principais órgãos públicos, no período de 10 a 15 anos.
A organização do manifesto improvisou uma aula e o enterro simbólico das PECs, em frente ao Congresso. “Esta aula serve para mostrar como é entrar pela porta da frente. Pretendemos mostrar como é difícil ingressar no serviço publico por concurso”, disse Clotilde Prado, uma das organizadoras do protesto contra o “trem da alegria”. A manifestação não atrapalhou o trânsito da Esplanada dos Ministérios.
Projetos
A proposta de Emenda Constitucional 54, de 1999, garante estabilidade a servidores da administração direta e indireta admitidos sem concurso público antes da Constituição de 1988. Já a PEC 02/2003, do deputado Gonzaga Patriota, propõe a efetivação de pessoas requisitadas há pelo menos três anos no órgão onde trabalham atualmente.
A notícia é de Diego Abreu do CorreioWeb.
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